terça-feira, 25 de outubro de 2011

não passa

Acho que pulei uma fase. Deveria ter ficado trancada chorando por um tempo, renegado atenção e me afogado em depressão. Deveria ter ido a loucura. Assim não diriam que essa minha força é estranha, incomum. Não me olhariam como se eu estivesse fora do padrão por estar tentando me mover. Viver.
Confesso que tudo o que eu queria era viver esse luto, me trancar, me afogar em lagrimas e me dopar, dormir até a dor passar. Mas é esse o ponto: a dor não passa. Não acaba. E lagrimas não amenizam nada. Dormir também não. E se eu for chorar e dormir até a dor passar, é melhor morrer de uma vez, porque não passa. Eu queria que passasse, queria acordar de manha e não sentir o vazio que tá aqui. Quase como fome, uma fome constante e excruciante, que fica me lembrando de que não vai acabar nunca. Mesmo se você voltasse, eu nunca ficaria satisfeita de você. Eu nunca diria que não quero mais.
Vezenquando acho que deveria pedir ajuda, gritar pros quatro ventos que fiquei louca e doente e triste e soltaria e depressiva e que tudo o que eu preciso é que alguém me abraçasse e me deixe chorar, sem consolo e sem explicação. Outras vezes acho que deveria me trancar e ficar sozinha e chorar sozinha todas essas lagrimas do mundo e deixar que o vazio me engula até que eu desapareça, e nesses momentos acho até que seria um alivio pra essas pessoas que não sabem lidar comigo, comio falando de você e comparando todos a você e chorando por você e até fazendo brincadeiras mórbidas. Eu digo que é melhor rir do que chorar, mas sabe, não da pra rir o tempo inteiro, e você sabe muito bem disso, afinal, você ta aqui comigo e sabe que essa dor não passa.

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