domingo, 30 de outubro de 2011

you're aways there...

Faz frio aqui, e eu queria olhar pra você. Queria que você se sentasse ao meu lado e quando visse meus olhos marejados me abraçasse, dissesse que tudo vai ficar bem e me deixasse chorar. Depois que minhas lágrimas secassem você me perguntaria o que foi, e eu provavelmente não saberia responder, diria alguma coisa como 'eu tenho medo de perder você, não consigo mais ver minha vida sem você' e você iria sorrir o sorriso mais lindo do mundo e diria que não ia sair do meu lado e que eu teria que te aguentar por muitos anos ainda, e eu diria que aguento com prazer, porque você é a melhor coisa que já me aconteceu. Você limparia minhas lagrimas que agora correm soltas e diria pra eu parar de chorar, porque no fim tudo dá certo. E eu acreditaria em você. Eu sempre acreditei em você, e agora tudo não passa de um nada. Agora nada faz sentido e agora ninguém limpa minhas lagrimas. Agora ninguém me diz que tudo vai ficar bem, e mesmo se alguém dissesse, eu não acreditaria. Afinal, como é que alguma coisa pode ficar bem sem você?
Sinto sua falta, a cada segundo. E eu sinto você aqui o tempo todo, dentro de mim. Mas eu queria ver você, beijar você e sentir o seu cheiro. Eu tento ainda acreditar em você, e pensar que no fim vai ficar tudo bem, mas é difícil, porque tudo é tão ruim sem você aqui que não consigo ver maneira de algo ficar bem, algum dia.

let go

Em cada um dos olhos que passam por mim, eu procuro os seus. Até quando vou procurar você, sem querer aceitar que tudo acabou e você não volta mais? Quando vai acabar essa compulsão por detalhes que me fazem pensar em você, quando os lugares vão parar de ser lembranças de uma época mais feliz? Quando vou conseguir sorrir e não pensar no seu sorriso? Quando vou conseguir dizer 'eu te amo' sem que você seja a pessoa que eu amo? Quando vou parar de me sentir pra sempre sua, e quando a saudade vai parar de mastigar meu coração? Tenho medo da resposta para essa perguntas ser 'nunca'. Tenho medo de não querer te esquecer, medo de você ser pra sempre a parte mais bonita de mim e da minha vida. Hoje, agora, sentada numa mesa sozinha e olhando para a cadeira vaga ao meu lado, eu quase consigo ver você. Quase estico o braço para tocar sua mão e se eu fechar os olhos posso até sentir seu cheiro. Eu daria minha vida por mais um dia com você. Desistiria do mundo pra ficar com você. Tenho certeza de que um minuto com você é muito mais bem aproveitado do que o resto dessa vida sem sua presença. Eu faria qualquer coisa pra trazer você de volta, nem que fosse só pra ver você de longe, até se fosse pra ver você abraçando outra e dizendo 'eu te amo' pra alguém que não fosse eu. Eu só queria que você estivesse viva. E sete meses atrás eu não achava que sentiria tanto a falta de alguém, como sinto a sua. Eu te amo.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Lie to me

Acho que o que eu escrevo não faz muito sentido pra quem lê. Quer dizer, qual é a função de ficar escrevendo coisas tristes e se lamentando numa página da internet? O que eu ganho, ao falar o tempo todo dessa saudade imensa, dessa tristeza sem fim e da dor inexplicável? Porque contar meu dia num lugar que ninguém lê?
Eu simplesmente espero que você leia, meu amor. Espero que você veja, de alguma forma louca, tudo isso que eu escrevo, todos os pedidos de ajuda, todas as coisas sem sentido. Eu espero que você leia isso e saiba o quanto eu te amo. Hoje eu tenho a impressão de que não te disse isso vezes o suficiente, então eu repito o tempo todo, aqui, sozinha no quarto, andando na rua, em pensamento, gritando quando ninguém pode me ouvir. Eu te amo, eu te amo, eu te amo. Eu queria que você me ouvisse, queria que me respondesse, me abraçasse e dissesse que me entende e que vai ficar tudo bem. Uma vez nós brigamos e você me disse 'mente pra mim, diz que me ama, mente só mais uma vez.' E isso nunca saiu da minha cabeça, sabia? Até hoje eu ouço você dizendo que eu menti pra você quando disse que te amava. Eu menti várias vezes, mas isso não foi uma mentira. Nunca. Eu te amo, ainda te amo. Vou te amar por muito tempo ainda.
Eu queria que você me ouvisse. Você sempre me entendeu. Entendia minhas explicações absurdas mesmo quando eu estava sufocada em lágrimas com a cara escondida no travesseiro. Você entendia o que eu dizia, entendia o que eu queria dizer e entendia até mesmo o que eu não conseguia explicar.
Eu sinto sua falta. Sinto falta de olhar pra você e saber que você via dentro da minha alma, me via por inteiro. Sinto falta de olhar pra você e tentar te decifrar. Sinto falta até das suas mentiras. Sinto falta do seu beijo e de acordar sentindo o cheiro do seu shampoo. De te abraçar e sentir o melhor perfume do mundo, até depois de 3 dias sem banho.
Eu queria que você me visse. Queria que você soubesse que tá difícil sem você. Que eu sinto falta de abraços, e que eu preciso de ajuda. Que eu te amo. Queria que você olhasse pra mim e visse como meu sorriso não é mais o mesmo, e que todas essas gargalhadas não significam nada. Queria que você sorrisse pra mim.
Ei, será que você pode mentir pra mim só mais uma vez? Mente pra mim e diz que vai ficar tudo bem...

não passa

Acho que pulei uma fase. Deveria ter ficado trancada chorando por um tempo, renegado atenção e me afogado em depressão. Deveria ter ido a loucura. Assim não diriam que essa minha força é estranha, incomum. Não me olhariam como se eu estivesse fora do padrão por estar tentando me mover. Viver.
Confesso que tudo o que eu queria era viver esse luto, me trancar, me afogar em lagrimas e me dopar, dormir até a dor passar. Mas é esse o ponto: a dor não passa. Não acaba. E lagrimas não amenizam nada. Dormir também não. E se eu for chorar e dormir até a dor passar, é melhor morrer de uma vez, porque não passa. Eu queria que passasse, queria acordar de manha e não sentir o vazio que tá aqui. Quase como fome, uma fome constante e excruciante, que fica me lembrando de que não vai acabar nunca. Mesmo se você voltasse, eu nunca ficaria satisfeita de você. Eu nunca diria que não quero mais.
Vezenquando acho que deveria pedir ajuda, gritar pros quatro ventos que fiquei louca e doente e triste e soltaria e depressiva e que tudo o que eu preciso é que alguém me abraçasse e me deixe chorar, sem consolo e sem explicação. Outras vezes acho que deveria me trancar e ficar sozinha e chorar sozinha todas essas lagrimas do mundo e deixar que o vazio me engula até que eu desapareça, e nesses momentos acho até que seria um alivio pra essas pessoas que não sabem lidar comigo, comio falando de você e comparando todos a você e chorando por você e até fazendo brincadeiras mórbidas. Eu digo que é melhor rir do que chorar, mas sabe, não da pra rir o tempo inteiro, e você sabe muito bem disso, afinal, você ta aqui comigo e sabe que essa dor não passa.

sábado, 22 de outubro de 2011

hey love, your face is full of lies

Eu queria escrever mentiras. Queria que nada disso fosse real. Talvez a história de alguma princesa num reino distante, provavelmente inspirada em algum livro dramático ou filme água com açúcar que vi. Acabaria tudo bem, com anjos da guarda, reencontros, lágrimas e alegria. Uma história, pra ser vendida, tem que ter um final feliz, não é?
Eu queria escrever mentiras, mas isso aqui é sobre mim, é a minha história e a minha realidade. E eu não faço drama, não é nada de crise-existencial-de-adolescente nem drama-de-novela-mexicana. E isso é uma merda. Eu queria ter a vida dessas pessoas a minha volta, quer dizer, chorar um oceano porque quem-eu-quero-não-me-quer ou ela-me-largou-por-outra-pessoa ou tô- com-saudade-de-quem-verei-semana-que-vêm e até mesmo oh-como-vou-suportar-a-distância. Já fiz todos esses dramas e superei cada um deles. Já morri de amor e jurei esperar alguém pra sempre. E passou. Olá você que chora por ter levado um pé na bunda, isso passa, prometo. Isso aqui é sério. Não é baboseira pra distrair ninguém nem historinha de amor com final feliz. É saudade de verdade, 'adeus' de verdade, e é triste de verdade. Sou uma das pessoas que já disse adeus tendo a certeza mais que absoluta que nunca mais ouviria uma palavra vinda daqueles lábios, sou alguém que tocou um corpo gelado e soube que ela não sentia frio, e viu um corpo adormecido, olhos fechados, e soube que eles nunca mais se abririam. Uma pessoa que espera por algo que sabe que não vai acontecer, mas espera mesmo assim. Me tornei alguém que sabe que não vai esquecer, alguém que sabe que seus olhos não vão mais brilhar por esperança, o coração não vai disparar por alegria, as mãos não vão suar por nervosismo; e amor, ah! amor só pela metade, ou nem isso. Eu queria escrever mentiras, mas deixa pra depois, isso aqui é vida real.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Destempero

Cheguei à conclusão de que as coisas perderam o tempero. É isso. O que antes era salgado, hoje é neutro, sem sal, aquilo que era doce, hoje é suave demais, diet. Pra gente não existia destempero, com a gente não tinha isso de tanto faz, meio termo, qualquer coisa. Eram extremos. Doce demais, quase enjoativo de tão amoroso, carinhoso, alegre. Salgadíssimo, amargo e forte, fazendo embrulhar o estômago. Sem você não há nada disso, não existe nada temperado, nada me chama a atenção e nada me importa. Tudo é tão sem sal que ficou indiferente. Ou então eu é quem perdi meu tempero, eu é que fiquei indiferente, parada no meio do caminho. Nem feliz nem triste, nem depressiva nem radiante, nem viva nem morta. Meu tempero era você, dá pra ver isso? Eu não sei mais quem eu sou, sem você. Não sei meu gosto, minha alma perdeu a cor, ficou turva, nublada.
Mas as vezes penso: não é porque não tem gosto, que não existe. Quer dizer, aquele arroz sem sal está ali, existe, sustenta e nutre, só... Não tem sal. Assim tem sido minha vida, ela existe, passa, coisas acontecem o tempo todo, só... Não tem você. É isso.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

hurts like heaven

Devo ser meio masoquista. Gosto de cutucar minhas feridas e expor a saudade. Gosto de lembrar de como eu costumava ser feliz com você, de como minha vida era completa e que eu não precisava de mais nada, além de você, pra ser a pessoa mais feliz do mundo. Gosto de lembrar da sua risada e de como seu sorriso me fazia sorrir, e amo me lembrar do toque dos seus lábios com os meus e como eu sentia um fervor dentro de mim quando você estava perto. Era como se eu estivesse constantemente com febre. Me apaixonei mais ainda por você, meu amor aumenta assustadoramente a cada dia, e toda manha me apaixono mais, espero um pouco mais, alimento um pouco essa loucura e essa saudade. Doença mortal, eu acho. Masoquismo fora do comum; afinal, qual é o sentido de amar alguém que já nem vive? Não há o mínimo sentido nesse amor, mas aí eu me pergunto se algum dia ele já fez sentido. Sempre fomos meio loucas, meio surtadas, acordávamos em meio a terceira guerra mundial e íamos dormir num acordo de paz, sempre fomos inconstantes e idiotas, rindo do que não podia e chorando sem motivo, sempre foi assim... então pra que esperar alguma lógica agora? Agora é que fiquei louca mesmo, e sozinha. Louca de amor, louca de saudade, louca de dor, louca de angústia, louca. E quer saber? Eu sou mesmo masoquista, porque é só quando penso em você é que me sinto bem.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

As vezes

As vezes olho para o lado e parece ser você. As vezes alguém fala e eu ouço sua voz, suas manias, suas risadas. De vez enquando eu olho de relance e juro ter visto seu rosto no rosto de qualquer pessoa na rua. As vezes um carinho que recebo até parece o seu, as vezes fecho os olhos e faço carinho em alguém, fingindo ser você. Respiro perfumes procurando o seu, abraço corpos estranhos na esperança de encaixar como o nosso. Fico doente na esperança de você cuidar de mim, choro na esperança de você limpar minhas lagrimas, sinto dor pra você me dizer que ficará tudo bem, tenho medo pra você segurar minha mão, e cada minimo movimento que eu faço tem você no meu inconsciente. Eu sinto tanto sua falta, que as vezes finjo que você está aqui. Você sabia que ainda converso com você, e digo 'sua idiota, volta logo, que eu não aguento mais de saudade' e fico aqui esperando você responder 'to chegando, amor!' Você me disse 'até amanha' e eu nunca mais te vi, e eu ainda espero te ver 'amanhã'. Todos os dias acordo com esperança de ver você, sentir seu cheiro, sua voz ou seu toque, e toda noite durmo com dor e frustrada, querendo morrer de tanta saudade. As vezes eu quero desistir e ir logo ver você, mas dizem que quem desiste vai pra outro lugar, e aí é que eu nunca mais te veria, e eu preciso te ver mais uma vez... Então eu continuo aqui, com toda essa dor e essa saudade, e escrevendo essas coisas repetitivas que ninguém vai ver e esperando por você. Quase sempre eu digo que te amo e espero ouvir que você também me ama.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

let me see you

Será que é loucura desejar ver você? Desejar que você me mande um sinal, puxe meu pé ou algo assim? Não sei se é loucura, delírio ou se é completamente normal, mas daria tudo pra ver você mais uma vez, conversar com você, saber o que você teria a me dizer. Queria saber se você ainda cuida de mim, se ainda deita-se na cama e me abraça forte, mesmo sem eu ver, queria saber se foi você quem segurou minha mão praquele carro não me atropelar, ou se você estava lá quando eu tentava te deixar orgulhosa. Queria saber se você ainda olha pra mim com cara de boba e se me vê chorando toda noite. Será que você sente saudades? Será que pensa em mim? Será que me perdoou por todas as burradas que já fiz, assim como eu perdoei as suas?
Eu queria te ver mais uma vez, nem que fosse pra dizer adeus, pra dizer pela última vez que você foi o amor da minha vida e ninguém vai tirar esse posto de você. Preciso saber que você me ouve, que você me sente e olha pra mim. Será que você ouve quando eu falo com você? Você se importa de eu continuar usando nossa aliança de namoro e chorar sempre que pego em uma das suas roupas? Você fica magoada quando eu choro e grito aos quatro cantos que você não poderia ter feito isso comigo? Ei, você não podia ter me abandonado, doeu de uma forma insuportável, e ainda dói.
Você acredita nessas risadas que eu dou o dia inteiro? Acredita que eu estou feliz, assim como todas essas pessoas? Não acredite, meu amor, não acredite... não existe felicidade pra mim, quando você não está aqui.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

intitulável

Saudade é olhar para mãos dadas e ver as nossas. É olhar pra qualquer lugar e te ver ali. É segurar essas lagrimas pra não parecer idiota e constranger aqueles que não tem o que dizer. É falar de você o tempo inteiro e ainda assim sentir esse vazio. É passar horas seguidas pensando em como seria se você ainda estivesse aqui. É sonhar acordada. É agir como se você ainda estivesse viva. Viver em função de você. Deixar você orgulhosa mesmo das coisas mais idiotas e me sentir extremamente mal quando faço algo que sei que não te agradaria. É te amar mesmo de longe. Mesmo sem ver, sem sentir, sem ter prazer, sem ter carinho, sem existir. Saudade é preferir passar o tempo sozinha do que tentando te substituir. Saudade é não saber o que fazer com as malditas lagrimas acumuladas.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Talvez

Eu devia ter te dito 'eu te amo' aquele dia. Devia ter sorrido mais e devia ter sido mais carinhosa. Deveria ter pego seu rosto entre minhas mãos e dito o quanto você era linda, o quanto seu sorriso era encantador e como suas sobrancelhas combinavam com seu rosto. Devia ter penteado seu cabelo mais suavemente e ter feito carinho nas suas costas por mais tempo durante a noite. Ah, se eu soubesse que era a ultima vez! Teria me declarado pra você mais uma vez, teria dito todas aquelas baboseiras que você já sabia e conhecia de cor, teria te abraçado bem forte, sem medo de partir você no meio. Se eu soubesse que nunca mais veria você, faria você prometer que não esqueceria nem no ultimo segundo de vida que eu te amo mais do que qualquer outra pessoa no mundo, e que vida sem você não é vida. Se eu soubesse que aquele dia acabaria assim, teria dito pra você não ir, prenderia você em casa, trancaria as portas e te distrairia você da melhor forma possível. Se eu soubesse que aquele tchau seria um adeus, teria chorado um oceano inteiro e inundado o mundo, e assim, quem sabe, você entenderia o quanto significa pra mim. Renato Russo é quem tinha razão, é mesmo preciso amar as pessoas como se não houvesse amanha, pois na verdade não há. Se eu soubesse que não haveria amanha, talvez fosse diferente. Talvez você ainda estivesse aqui, se eu tivesse te dito 'eu te amo' você teria acreditado e continuado aqui?

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

good night, my love.

Saudade aumenta quando o ambiente nos lembra do 'objeto' de saudade. Aquele lugar, aquelas pessoas, aqueles restaurantes, aqueles olhares, sorrisos, risadas, qualquer metro quadrado daquele maldito lugar me faz pensar em você. Mais do que o normal, se é que é possível. É como se eu esperasse piscar e encontrar você ali, olhando para mim, sorrindo e dizendo 'sentiu saudade, amorzinho?', mas "Seria bonito, e as coisas bonitas já não acontecem mais." Nada de bonito acontece mais. E mesmo sem perspectiva ainda há uma parte louca de mim que se vira em direção a todos os sotaques 'da roça' que aparecem, esperando que seja o seu, encaro todas as meninas de cabelo preto e liso, na esperança de que seja você, e a cada maldita vez que entro naquela faculdade juro que quase pego meu celular pra mandar você sair da sala e ir me ver. E aí nós nos abracaríamos, daríamos um discreto selinho, entrelaçaríamos os nossos dedos e minha vida seria completa novamente.
Me sinto sínica rindo e brincando o tempo todo. Me sinto falsa, dissimulada. Olho pra mim mesma e penso 'essa risada realmente veio de mim?' e quando afirmo que sim, vem o conhecido nó na garganta, os olhos que já ficam marejados quase 24 horas por dia e o coração apertando assustadoramente. E mesmo aqui eu continuo aquela risada, aquela piada, aquele sorriso, e chorar na frente de qualquer pessoa se tornou algo completamente fora de uso, essas pessoas não vão me ver chorar, não vão saber da minha dor. Deixe-os acreditar que sou forte e insensível e deixe-os achar que eu nem gostava tanto assim e tudo bem eles crerem que sua morte não foi nada mais do que um acidente , uma ironia do destino. Tudo bem, nenhum deles dorme no meu travesseiro molhado de lagrimas todas as noites, nenhum deles me ouve chorar durante o banho e nenhum deles sabe o porque dos meus olhos frequentemente inchados e vermelhos. Tudo bem eles acreditarem que está tudo bem, porque eu ainda te digo 'boa noite meu amor, eu te amo' todas as noites.

Guilty

Acho que somos condicionados a acreditar em certas coisas. Quando nossa mente acaba se acostumando com certa ideia é muito fácil mantê-la. Eu fui condicionada a acreditar, no primeiro momento, que a sua morte era culpa minha, eu é quem não cuidei de você, não protegi você, e deveria ter feito isso. Minha mente se acostumou a acreditar que é culpa minha e eu convivo com essa culpa todos os dias, sentindo uma dor imensa, de saudade e peso na consciência.
Por outro lado, a verdadeira culpada foi condicionada a acreditar que não era culpada. Afinal, ela não se lembra de nada, ela não conhecia você, não sente sua falta e não via seus olhos cheios de vida todos os dias. Ela estava dirigindo aquele maldito carro, ela estava a uma velocidade imensa, ela bateu o carro no poste e ela te matou. O que será que disseram a ela, para condicioná-la a acreditar que não é culpada?
Eu só sei que quando ela olhava pra mim, parecia ver a culpa e a dor nos meus olhos e no começo isso não era refletido, mas depois de um tempo eu podia ver que ela entendia a dor e a saudade, entendia o sofrimento, e parecia começar a pensar que condicionaram ela a se sentir vitima, e não vilã, apenas uma marionete, e olhando pra mim ela pode ver que não era bem assim. Só espero que ela aprenda a lição, e não destrua mais outras vidas e corações, e não se deixe acreditar que ela não tem culpa.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

divagação

Todas as vezes que eu sorrio, penso em você, que já não sorri mais, sempre que abraço alguém, lembro de você, que já não abraça ninguém, a cada respiração penso em você, que não respira mais, e quando durmo, secretamente desejo, assim como você, não acordar mais. Nunca pensei que fosse conseguir passar pelos dias sem você, sem seu sorriso e seu abraço, sem sua respiração perto da minha, sem sua voz macia. Digam o que for, que foi rápido demais, curto demais o período de tempo, mas quando eu te vi eu sabia que seria a pessoa mais importante da minha vida, eu sentia que você seria dona do meu coração. Ninguém pode dizer quão grande é a minha dor, e é terrivelmente insuportável. Essas lágrimas que molham o maldito teclado a cada vez que escrevo, que embaçam meus olhos me fazendo corrigir depois, essas lágrimas desejam me acompanhar a cada segundo, e eu não sei como consigo contê-las até um momento em que eu não vá 'contaminar ninguém com minha dor'. Mas sinto muito, eu não consigo mais ser feliz, eu não consigo me importar, eu não consigo rir espontaneamente, eu não consigo ter vontade de fazer nada, eu só queria estar com você. Eu não consigo mais amar. Você levou meu coração com você, e remédio nenhum, amigo nenhum, trazem esse órgão filho da puta de volta. Ele foi enterrado com você, já era seu desde o momento do primeiro 'eu te amo' e nunca mais saiu dali. A dor passou a ser doença, a saudade se tornou compulsão, o pensamento, pesadelo e a tristeza profunda, loucura. Dizem que o tempo cura tudo, ou quase tudo, só não cura a saudade, que aumenta a cada dia. Volta, ou me leva com você...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

beautiful nightmare

Hoje eu desejei que você estivesse aqui. Não que não faça isso todos os dias, mas acho que hoje mentalizei tanto que quando me deitei pra dormir juro que quase senti você ali comigo, eu te abraçando, dando beijinhos nas suas costas e me afogando nos seus cabelos pretos. Senti seu corpo quente e sua respiração suave, seu ronco baixinho de nariz entupido. Depois senti você acordando, virando pro meu lado, me abraçando e respirando fundo pra ver se me acordava, quando acordei, senti você olhando pra mim, senti seu toque no meu rosto, o beijo de bom dia bem suave, depois senti sua risada quando falei que meu braço estava dormente, senti seu peso em cima de mim, você deitada no meu ombro e dizendo que estava com fome, ou com frio, ou qualquer outra pequena reclamação, não importa qual, e aí eu podia sentir seu cheiro tão perto, e podia sentir sua risada, seu toque, seu beijo... E de repente você estava chorando, e eu te perguntava porque você chorava e você dizia que já era hora de ir, não podia ficar mais, e então eu te segurava pra você não ir, mesmo sabendo que você acabaria me deixando, e eu pedia pra você ficar, e você dizia não posso não posso, e eu não sentia mais sua mão, nem sua respiração, nem seu beijo suave e eu dizia volta, eu cuido de você e você ia sumindo e sumindo e eu já não te via mais, e então eram só as lágrimas, e aí eu acordava com tanta dor aqui dentro, e quando passava a mão no rosto as suas lágrimas ainda estavam aqui...