sábado, 7 de abril de 2012

i want to thank you

Eu queria te agradecer. Só agradecer. Por ter entrado na minha vida, por ter sorrido pra mim, por ter segurado minha mão, por ter me protegido de todos os meus fantasmas, por ter aceitado todos os meus defeitos, por ter enxergado que minha família não define quem eu sou, por ter me abraçado todas as noites. Obrigada por ter me amado, por ter dito que me amava, por olhar nos meus olhos, por ser você mesma, por ter me ensinado tanto. Obrigada por ter me mostrado que eu sabia amar, por ter me ensinado que o amor pode vencer qualquer coisa, que ele é maior. Obrigada por ter sido a pessoa que abriu meus olhos pras dores do mundo, por ter me feito ver que eu não sou a única com dores, problemas e defeitos. Obrigada por me ensinar o que é saudade, o que é carinho, o que é amor, o que é respeito.
Sabe, nem tudo o que você me ensinou, foi de propósito. Acho que você tentava aprender mais sobre você mesma, sobre a vida, sobre nós.. e acabou me ensinando mais ainda. Eu acredito piamente que as pessoas entram na vida das outras por um motivo. Acho que você entrou na minha vida pra me ensinar sobre o amor. Não que você soubesse que estava me ensinando algo, até porque você sabia até menos do que eu sobre o amor; mas no final das contas, você me ensinou tudo o que sei hoje.
Quando a gente perde alguém muito importante, acaba olhando pra trás e tomando a decisão de não cometer os mesmos erros que cometeu com essa pessoa. Acaba decidindo fazer tudo certo da próxima vez. Eu tomei essa decisão, porque o arrependimento de não ter feito tudo certo quando eu podia me consome até hoje. Acho que hoje em dia eu consigo ver mais nitidamente que não adianta chorar pelo passado, pelo que eu não fiz, pelo que eu fiz ou pelo que poderia ter feito. Agora, eu preciso é aprender com esse passado. Mesmo que da forma mais dolorosa, eu tenho que aprender a viver sem você, a fazer a coisa certa, a não tomar atitudes idiotas, a não mentir, jamais.
Obrigada por me ensinar tudo o que eu sei sobre a vida, obrigada por me ensinar a sorrir e amar.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Eu só queria que você tivesse voltado pra casa aquele dia. Não era pedir demais, era? Podia fazer o que fosse, beber o quanto quisesse, chavecar quantas meninas tivesse vontade. Eu não ia me importar, desde que você voltasse. Inteira, viva, respirando, sorrindo e sendo idiota. Você tinha que ter voltado pra casa.
Eu fiz isso. Encontrei seus amigos, sorri, brinquei, fingi ter esquecido quanto tempo faz, bebi tanto quanto pude, e depois voltei pra casa. Sã e salva. Não foi tão difícil assim.
Sinto sua falta. É até cansativo dizer isso mais uma vez, mas é que a cada dia a saudade aumenta. Quinta feira foi difícil, eu confesso. Foi muito difícil estar no evento que matou você, com todas aquelas pessoas que conheciam você. Foi irritante cumprimentar as pessoas e elas me olharem com aquele misto de pena e surpresa por eu estar ali. Eu tinha vontade de socar todas elas, até que parassem de ter pena. Se eles se preocupassem tanto assim não teriam deixado você nem encostar no carro aquele dia. Se eles gostassem tanto de você teriam passado comigo a dor do velório, do enterro. Teriam enfrentado os olhos tristes da sua mãe.
E ali estava eu, parada com um copo gigante de cerveja na mão, enquanto tentava imaginar você ali. Senti um vazio gigantesco no peito, e eu só conseguia pensar que não era tão difícil assim você ter voltado pra casa.

Escrito em 04/03/2012
Às vezes acho que tive sorte, que foi você quem mandou um anjo pra mim, que escolheu a dedo -assim como acredito que fez com sua mãe- alguém pra cuidar de mim e me fazer sorrir. Outras vezes -na maioria das vezes, aliás- acho que você me odeia por estar tentando ser feliz. Tenho na minha mente a ideia de que esse luto devia ser eterno, essa dor devia ser eterna. Depois que você morreu, eu simplesmente decidi não ser feliz mais. Não sorrir de verdade, não dar gargalhadas, não segurar as mãos de ninguém, não chamar de 'amor', não me apaixonar, não amar. Não viver, basicamente. Era difícil aceitar a ideia de que a vida continuaria quando você se foi. E ainda é.
Eu quebrei a minha promessa, acho que posso chamar assim, de manter minha vida parada, estagnada para sempre. Tenho sorrido, gargalhado alto, segurado as mãos de alguém, me apaixonei. É, eu me apaixonei. Não sei como, nem quando, ou porque. Simplesmente não consigo tirá-la da minha mente. Nem o sorriso dos meus lábios. Não dá. E eu tenho gostado disso, sabe? Eu gosto de estar sentindo essas coisas, gosto de abraçar e me sentir segura, gosto de ter assunto por três dias inteiros, gosto de estar viva.
E é aí que você entra. O que será que você tem achado dessa minha nova fase? Será que me odeia? Será que dói me ver com alguém? Será que você me vê? Ou você está orgulhosa de mim? Feliz por mim, por eu ter conseguido, tão rápido, enfrentar a dor e seguir com minha vida?
Prefiro acreditar que você está feliz por mim, orgulhosa de mim. É isso que as pessoas que amam fazem, né? Ficam felizes quando a outra pessoa tá feliz. E eu estou feliz. Tenho vontade de te sacudir inteira gritando 'amor, eu consegui, tô feliz!'. E eu queria ver você ficar feliz por mim.
Eu queria respostas, um sinal.. Qualquer coisa que me dissesse o que você acha, o que você pensa de eu estar feliz. Queria saber se você está bem, se sente dor, se precisa de alguma coisa... Não pense que te esqueci, penso em você do mesmo jeito, mas não choro tanto mais, e me disseram que isso é bom. Quando as pessoas da terra desapegam dos mortos, eles tem mais paz. Eu espero que você esteja bem, em paz. Sorrindo e fazendo os outros sorrirem. Espero que você não esteja sentindo dor, e que tenha aceitado que se foi. Que esteja aprendendo coisas pra fazer melhor na outra vida. E não me esqueça nunca, porque eu não vou te esquecer. Não importa o quanto eu ame alguém aqui, você sempre vai ter o seu lugar no meu coração.

terça-feira, 3 de abril de 2012

I remember you

''I remember too a distant bell
And stars that dwell
Like the rain out of the blue

When my life is through
And the angels ask me to recall
The thrill of it all
Then I will tell them
I remember
Tell them I remember
Tell them I remember
Tell them I remember you''