sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Escrito em 16/08/2011

Dizem que os mortos tem uma expressão pacífica, tranquila. Você não tinha essa expressão, não queria ter ido embora, não queria estar onde está, seja lá onde for isso. Foi muito cedo e deixou muitas coisas por fazer, muitas promessas sem cumprir, palavras jogadas ao ar e que nunca foram ditas, abraços que nunca foram dados, olhares incompletos, não correspondidos, perguntas sem resposta. Você não podia ter ido embora, não agora, que tinha tanto amor aqui. Nós chegamos a conversar sobre a morte, eu me lembro, mas sobre a morte de nossos pais, de como você ficaria ao meu lado se meu pai morresse, ou como foi dolorosa pra você a morte da sua avó. Um dia você decidiu brincar comigo e perguntar se eu ia chorar se você morresse, só de imaginar isso eu chorei e te fiz prometer que nunca mais tocaria no assunto. Era pra ser eterno, você disse que eu teria que te aguentar nos próximos mil anos, e eu aguentaria sem nem reclamar. Faria massagem e carinho todas as noites, pentearia seu cabelo preto depois do banho todos os dias, acordaria no meio das noite pra ouvir seus sonhos estranhos, ouviria você cantando sertanejo no carro, qualquer coisa seria melhor que essa maldita ausência, essa dor, essa saudade. É impossível traduzir em palavras essa dor que sinto quando penso em você. Qualquer música, programa de TV, rua, comida, avenida, voz e palavra me fazem pensar em você, e dói.
Me diz, um dia eu vou ver você novamente? Vou sentir seu cheiro e ouvir sua voz? Vou poder dizer o quanto te amo e que é por você que levanto todos os dias? Você vai me chamar de neném, bocó? Vai dizer que sou um labradorzinho e destruo tudo por onde passo? Vai me contar coisas idiotas de quando você era criança? Vamos rir de coisas estúpidas? Vai me ensinar a dirigir? Me diz, por favor, que eu vou te ver outra vez.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Onde está você agora?

A força, essa herança que você deixou pra mim, tá diminuindo a cada segundo, e fica cada vez mais difícil sem você aqui. Me disseram que seria difícil, mas nunca imaginei que seria tão insuportável. E eu fico cada vez mais sozinha e sinto cada vez mais a sua falta. Minha força ta acabando... Ei, você tinha prometido que no final tudo ia dar certo, lembra?

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

domingo, 25 de setembro de 2011

there is no hope at all

Não existe mais esperança, não existem mais coisas bonitas. Não pra mim. A vida continua para todos, o amor continua para todos, outras amizades aparecem pra todo mundo, mas pra algumas pessoas é mais difícil continuar, seguir em frente. Como uma mãe, um pai, seguem em frente sem o filho que foi gerado alí, o filho que teve em seus braços, alimentou e investiu toda sua vida naquele pedacinho de vida? Como essa mãe vive sem um pedaço de si? Como um pai vive sem o sorriso que o moveu durante anos? Essas pessoas tem força, e tem que ser muito admirados, deveriam ter monumentos em seu nome, em nome da força que têm, somente por conseguir seguir em frente sem um pedaço de si.
Pronto. Admiti que a dor de alguém é maior que a minha. Isso não é novidade, eu sempre soube que minha dor não era a maior do mundo, eu não carrego o mundo com as mãos, como fez Atlas. Mas ainda assim é bem maior que a dor de muitas dessas pessoas que não se importam, e querem que eu me importe. É assim: A pessoa quer carinho, quer atenção, quer desabafar e me ter sempre do lado, segurando a mão e dizendo 'eu estou aqui'. E eu realmente estou ali, eu ajudo, eu aconselho, eu dou forças e limpo lágrimas, sempre. E queria que o fizessem por mim. Parece meio ingrato dizer isso, porque eu tenho amigos, mas isso não tem sido o suficiente sabe? Parece que eu preciso de mais, mais abraços, mais carinhos, mais lágrimas limpadas, mais ombros pra chorar, mais vozes me dizendo que estão ali e que vai ficar tudo bem, nem que seja mentira, só pra eu acreditar por um momento, eu queria mesmo que mentissem pra mim e dissessem que vai ficar tudo bem. Eu queria um segundinho que fosse, de paz e alegria. Queria ter a sensação de que não acabou pra mim, é pedir demais?

(sobre)viver

Odeio essa cidade. Odeio os lugares que frequento e todas essas pessoas que eu vejo. Procuro seu olhar em todos os olhares, seu sorriso em todas as conversas, seu calor e seu cheiro em cada abraço. E só percebo vazio. A cada minuto fico mais vazia. Vazia de emoções, de alegria. Tenho a sensação de estar oca, sem nada aqui dentro além do que é necessário pra sobreviver. Somente vísceras, órgãos e artérias. Sobrevida. Porque uma vida sem você deixou de ser vida. Saudade pra mim tem um significado diferente. Eu sei que você não vai voltar, não vou te ver amanha, mês que vem ou daqui um ano. Não vou ouvir sua risada nem ver seus olhos cheios de emoção. Essas pessoas não sabem o que é saudade, não sabem o que é dor e não acreditam na minha dor. Duvidam que esteja tão ruim assim. Bem, está tão ruim assim. E eu queria poder desistir e acabar logo com essa saudade infindável. Mas eu não posso, então eu fico aqui morrendo pedacinho por pedacinho, com minhas emoções sendo deglutidas, mastigadas, digeridas e evacuadas como se fossem um pedaço qualquer de merda, porque é isso que elas viraram. Sem você, o mundo inteiro é uma grande merda.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Memória ingrata

Uma noite normal, cansada demais para manifestar qualquer objeção. Ela me acorda ''não consigo dormir, tive um pesadelo...'' me abraça ''sonhei que tava morta, e estava me vendo de cima'' ''não precisa ter medo, eu tô aqui, te protejo''. Não vou a aula, continuo abraçando-a e pensando que poderia, confortavelmente, passar o resto da vida ali, com ela. Acordamos. Andar de mãos dadas, dedos entrelaçados, sorrir. Implicância. O surto ''se você tá tentando me irritar, já conseguiu, eu não aguento mais, vou acabar ficando louca!''. Um sorriso triste, mas de certa forma satisfeito. Em casa. ''Você vai sair comigo?'' queria responder que sim ''acho que não, você vai de carro?'' ''Claro né'' ''então não vou''. Eu fecho a cara, ela fecha a cara por eu ter fechado a cara. ''Você vai ficar de pirraça?'' ''vou, se você for de carro!'' ''relaxa, vou de ônibus''. Alívio, fica tudo bem. Sorrisos, brincadeiras, olhares cúmplices. Na hora de sair, ela pega a chave do carro ''mas você não ia de ônibus?'' '' eu vou voltar de ônibus'' Descobri o que é um mal pressentimento ''mãe, diz pra ela não ir de carro, vai dar merda!'' Nada. ''Então vai logo, tchau!'' ''Tchau, nenem...'' Argh, debochada. ''Vai logo pra eu fechar o portão!'' Ela me entrega o presente de aniversário da minha irmã ''deixa ai, vai que acontece alguma coisa''. Entra no carro e acena um tchau com aquele sorriso triste. Fecho a cara. "Até amanha''. Mensagens normais durante a tarde, uma ultima ligação. "Então você não vem mesmo?'' "Não!". Me arrependo no mesmo instante. Agonia e ansiedade durante toda a noite. Penso que ela vau me trair, me abandonar, me esquecer. Ultima mensagem, peço por um sinal de vida, 23:11 da noite. A resposta ''vai tomar no cu''. Vou dormir, irritada. Meu coração dispara, angustia, um medo inexplicável. De manhã, uma ligação de sua mãe. Ligo para ela, o chão sob meus pés parece inexistente. "Como assim ela morreu, Sônia?" "Ela bateu o carro, não tá sabendo?'' Desespero, dor, angustia, estado de choque. Uma ligação só pra ter certeza. ''Como assim minha namorada morreu e ninguém me avisou, André?" Dor imensurável. Nada faz sentido, um nó imenso na garganta e lágrimas todo o tempo. Instituto médico legal. Um pensamento ''nossa, se a Bianca soubesse que está aqui... morreria'' Ainda é inacreditável, sua mãe me abraça ''lembra que eu pedi pra você cuidar dela por mim?'' e eu ouço ''a culpa é sua''. Amigos, pânico, dor, família, choro, tudo é um imenso borrão. Carro fúnebre. O rostinho que eu fazia carinho todos os dias, destruído, sangrento... morto. A tarde passou como um segundo, tanto choro, tanta dor, achei que não sobreviveria. Três corações, velório. "Ei, vem aqui pra dentro, tá frio ai fora'' no meu pensamento, quem estava frio era meu coração, morto. Um caixão pequenininho, magrinho, como ela. "Não fica impressionada.'' ''Tá tão ruim assim?". Seu pai afasta-se e me dá passagem, dou um passo pra frente, um precipício. Meu neném, meu anjinho, meu amor... Ah, minha Bianca! Aquele rosto reconstituído nem parecia o que eu beijava todas as noites, os olhinhos fechados, não conseguia nem fingir que ela dormia, a boca que eu conheci tão bem, nem parecia a mesma. Mãos que eu segurava quando sentia medo, que faziam carinho pra eu dormir, mãos que eu nunca mais tocaria. Olhos que eu nunca mais veria, risada que eu nunca mais ouviria, lábios que nunca mais seriam beijados. Nunca mais nunca tinha sido tão literal. Lágrimas nunca tinham sido tão excessivas. O tempo parecia não existir. Nem sentia mais frio, só dor. Porque o meu coração ainda batia? Um pensamento tão idiota... ''Será que ela tá descalça?'' e bem, até hoje me pergunto isso. Cortejo fúnebre. Nunca vi algo tão triste, tão mórbido. Toda a cidade seguindo aquele caixãozinho pequeninho, com meu amor dentro. Missa. Só consigo lembrar de ter pensado ''mulheres podem ser padres?" e ela odiaria estar ali. Daria risada das palavras erradas e debocharia do que ela estava dizendo. Não posso deixar de sorrir um sorriso que se transformou em um turbilhão de lágrimas. ''Porque você não levanta? Anda, acorda! Para de brincar comigo, para com isso...'' Nada. Enterro. Não tem terra, é uma especie de urna, tumba ou sei lá, uma caixa de concreto que colocam o caixão. Meu amor vai passar a eternidade ali dentro? Fecharam com tijolinhos e todos foram embora. Eu fiquei ali, se pudesse ficaria pra sempre. "ah, meu anjinho, como você pode fazer isso comigo? como você me deixou aqui sozinha? eu não vou conseguir sem você...'' A dor não acabava, eu queria arrancar meu coração, parar de chorar, me atirar num precipício. Qualquer coisa que fizesse aquilo passar. ''Vai ver que eu estou tendo um pesadelo...'' Mais conversas, algumas risadas, verdades ditas tarde demais, confissões, medo e dor. Mais borrões. Viagem de volta, durmo no ônibus. Acordo, venho em piloto automático para casa, entro no meu quarto e bem, não era um pesadelo.

domingo, 18 de setembro de 2011

Dá pra esquecer o inesquecível?

Tenho medo de acabar te esquecendo.Tenho medo de acabar esquecendo o melhor cheiro, aquele que um dia você me perguntou qual era, e eu levantei meu travisseiro, o que você tinha dormido. Tenho medo de esquecer a forma como você me olhava quando tava bêbada, ria da minha cara e falava que eu era chata e careta demais. Tenho medo de esquecer o sorriso tímido de quando eu dizia que era a pessoa mais linda do mundo e que eu passaria a vida inteira te olhando, e tenho medo de esquecer que isso era verdade. Morro de medo de perder dentro da memória sua voz, seu sotaque e como você gostava de gritar como uma louca quando cantava. Tenho medo de esquecer seu beijo, e tenho medo de esquecer como era gostoso dormir abraçada com você e como eu odiava quando você me acordava no meio da madrugada pedindo pra eu virar pra você me abraçar. Tenho medo de esquecer como eu ficava ansiosa pra te ver quando a gente passava mais de dois dias sem se ver, e de como meu coração disparava, minhas mãos tremiam e você ria de como eu era destrambelhada, sem saber que eu só ficava assim por sua culpa. Tenho medo do seu beijo virar só mais um beijo, e de você virar só uma lembrança, um borrão. Tenho medo de acabar esquecendo o que é amor.

Carta pra você que não vai ler

Ei, tô com saudades. Eu sei que isso não é bem forma de começar uma carta, mas é que eu gosto de dizer as coisas mais importantes primeiro, e isso tem sido, na verdade, a única coisa que passa pela minha cabeça no último mês. Nos últimos dias, então, pareceu me engolir, essa saudade.
Eu fiquei feliz hoje, e ontem também. Sabe, isso até tem sido frequente, ficar feliz. Mas não dura muito, no meio de cada risada eu penso em você, e aquela angustia que você sabia tão bem afastar de mim vai me engolindo, engolindo, engolindo, e aí quando eu vejo... puf! O sorriso já era. Não briga comigo, é que todas essas risadas eu queria compartilhar com você, toda aquela paisagem perfeita eu queria que você visse também, todas as musicas que eu adoro e você odeia, eu queria que você ouvisse eu zombasse da minha voz. Queria que você segurasse minha mão, queria que você me esquentasse no frio que fez a noite. E como eu queria ter te abraçado e ficado pertinho. Ah, e o que eu mais queria era ter ouvido aquela risada gostosa, meio pausada, que você dava quando achava muita graça de alguma coisa. Tô com saudades. Eu sei que você já entendeu, mas é que realmente tá me angustiando isso aqui dentro. Sabe quando a gente ia em uma churrascaria e pedia bilhões de quilos de carne (falando em carne tô com uma saudade imensa daquele churrasco seu, hein) , e aí comíamos muito e ficávamos mofando lá porque estávamos cheias demais pra conseguir levantar? Então, é quase isso, só que não é o estômago que tá pesado... é o coração. É como se ele tivesse comido lembranças demais, tristezas demais, amor demais, angustia demais, saudade demais. E ele não consegue levantar, fica mofando ali, esperando que tudo isso seja dissolvido, diluído. Não me aconselhe a beber pra aliviar, isso só funciona com você, todas as vezes que tentei, acabei fazendo besteira.
Conheci alguém que ouve as mesmas musicas que eu, lê os mesmos livros que eu, tem os mesmos assuntos que eu, sente da mesma forma que eu, e acabei lembrando de você, que odeia meus livros, minhas músicas, meus escritores, minhas conversas, minha voz e meu jeito intenso demais de amar. E eu lembrei que você sempre disse que eu devia largar você e arranjar alguém que fosse parecido comigo, porque que você não tinha nada a ver comigo. E eu só sabia dizer 'eu não quero ninguém além de você. Por você até aprendo a gostar de sertanejo.' Aí você ria e fazia questão de me lembrar de como eu era trouxa.
Tenho vontade de perguntar quando você volta, mas você responderia 'eu não volto' e eu não to pronta ainda pra ouvir isso. Prefiro acreditar que ainda vou te ouvir dizer que sou seu amoRzinho, nem que seja só mais uma vez.
Foi meu aniversário, será que você lembrou? Olha só, eu consegui fingir que tava feliz... Você ficaria tão orgulhosa! (Na verdade, eu nem fingi o tempo todo, vezenquando o sorriso era até bem espontâneo, mas eu já disse, no meio do sorriso eu sempre acabava lembrando de você.) Aí as vezes passava pela minha cabeça sua vozinha dizendo 'seu aniversário tá chegando, hein nenem?' e era impossível segurar as lágrimas. E aí eu via toda aquelas pessoas abraçadas, e felizes, e sorrindo, e eu só queria o meu cantinho, quietinha, pra continuar lembrando de você e enchendo meu coração já tão empanturrado de mais tristezas e saudades ainda.
Acho que eu só queria dizer que tô com saudades, mesmo, nada de mais... E que eu te amo, é claro. Mas isso não é novidade, né?

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

pain

Respeite a dor do outro. E a minha dor, onde fica? Que inferno, eu não posso sofrer em paz? Não pode doer em mim? Não posso gritar a minha dor aos quatro ventos? Não posso dizer o quanto dói? Minha dor é mais errada que as outras, é injusta, é feia? Minha dor é errada porque eu amava de um jeito diferente? É errado amar outro ser humano com todas as suas entranhas, com todo o seu coração? Como alguém pode ver pecado num amor como esse? Meu amor é errado porque eu sou mulher e amava aquela pessoa com todas as minhas forças? É errado querer dar a vida a outra pessoa, se entregar de corpo e alma a quem ama? É pecado tentar ser feliz? Aparentemente a resposta pra todas essas perguntas é um grande e sonoro 'sim'. É errado amar e tentar ser feliz, não se pode fugir dos padrões. Eu respeito todas as dores, de todo mundo, eu consolo todas as dores do mundo, e a minha?

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

cold as ice

Sou fria. Terrivelmente fria. Não gosto de demonstrar minhas fraquezas, não gosto de falar sobre meus medos, tenho vergonha dos seus sentimentos. Não gosto que me vejam chorar, evito isso sempre que posso. Sabe, isso não é exatamente frieza, é autoproteção. Eu tenho medo de ser atingida pelas palavras que falei, tenho medo de mostrar minhas lágrimas e minha dor e depois ter isso como ponto fraco. Não, ninguém precisa saber meu ponto fraco. Ninguém precisa saber onde dói, ninguém precisa saber das dores e dos medos. No começo, eu não demonstrava meus sentimentos, eu não chorava, e ela me dizia 'ah, você não me ama, nem chora na minha frente!' e um dia eu tive medo, e chorei na frente dela, ela sorriu, me abraçou e prometeu que ficaria tudo bem. E pela primeira vez em muito tempo eu me senti em terra firme, me senti quente e feliz. Foi inexplicável aquilo que senti, e depois daquele dia, nunca mais pude esconder dela minhas dores e meus medos, e nunca ela me proibiu de sentir, nunca julgou nada daquilo que me aterrorizava, e me ajudou a acalentar aquilo que me assustava. Nunca antes eu pude sentir com tanta liberdade, me expressar com tanta liberdade. Mas não acredito que vá acontecer novamente, não acho que eu vou poder confiar tanto assim em alguém, algum outro dia. Acho que uma confidente, uma 'metade da laranja' como ela era a minha, só se encontra uma vez, e nunca mais. E acho que quando se encontra uma pessoa dessas, deve-se dar muito valor, deve- se 'prender' essa pessoa em seu coração e em sua alma, se você conseguir se lembrar do sorriso, da risada, do calor e a sensação de terra firme que a pessoa te causava, mesmo quando ela se for, você ainda vai poder se sentir segura com ela. É só fechar seus olhos e imaginar que ela está ali, imaginar o calor da pele e o cheiro dos cabelos, e você consegue sorrir. E se sentir medo, pode chorar, tudo bem, não é errado, é a sua protetora que está ali, e ela não vai te julgar... E ai você abre os olhos e vê que está sozinha, não tem ninguém ali te segurando, e você lembra que nunca mais vai encontrar alguém pra te segurar e dizer que está tudo bem. E volta a ser fria, dura, insensível, e ninguém mais saberá aquelas dores tão profundas, a não ser quando você está sozinha e de olhos fechados.