sábado, 22 de outubro de 2011

hey love, your face is full of lies

Eu queria escrever mentiras. Queria que nada disso fosse real. Talvez a história de alguma princesa num reino distante, provavelmente inspirada em algum livro dramático ou filme água com açúcar que vi. Acabaria tudo bem, com anjos da guarda, reencontros, lágrimas e alegria. Uma história, pra ser vendida, tem que ter um final feliz, não é?
Eu queria escrever mentiras, mas isso aqui é sobre mim, é a minha história e a minha realidade. E eu não faço drama, não é nada de crise-existencial-de-adolescente nem drama-de-novela-mexicana. E isso é uma merda. Eu queria ter a vida dessas pessoas a minha volta, quer dizer, chorar um oceano porque quem-eu-quero-não-me-quer ou ela-me-largou-por-outra-pessoa ou tô- com-saudade-de-quem-verei-semana-que-vêm e até mesmo oh-como-vou-suportar-a-distância. Já fiz todos esses dramas e superei cada um deles. Já morri de amor e jurei esperar alguém pra sempre. E passou. Olá você que chora por ter levado um pé na bunda, isso passa, prometo. Isso aqui é sério. Não é baboseira pra distrair ninguém nem historinha de amor com final feliz. É saudade de verdade, 'adeus' de verdade, e é triste de verdade. Sou uma das pessoas que já disse adeus tendo a certeza mais que absoluta que nunca mais ouviria uma palavra vinda daqueles lábios, sou alguém que tocou um corpo gelado e soube que ela não sentia frio, e viu um corpo adormecido, olhos fechados, e soube que eles nunca mais se abririam. Uma pessoa que espera por algo que sabe que não vai acontecer, mas espera mesmo assim. Me tornei alguém que sabe que não vai esquecer, alguém que sabe que seus olhos não vão mais brilhar por esperança, o coração não vai disparar por alegria, as mãos não vão suar por nervosismo; e amor, ah! amor só pela metade, ou nem isso. Eu queria escrever mentiras, mas deixa pra depois, isso aqui é vida real.

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