quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

thanks for the memories

Sempre amei chegar de surpresa na sua casa. Um dia nós brigamos a noite e no outro dia de manha acordei um pouco mais cedo, vesti o uniforme (que você odiava, aliás) e ao invés de descer a rua e ir pro colégio, subi a rua, parei na padaria, comprei pão de queijo e bolo de chocolate e quando eu saía, o ônibus passou. Pensei em desistir de ir pra sua casa, mas a ideia de te ver era irresistível. Sentei-me e esperei o ônibus. 20 minutos depois entrei num ônibus hiper lotado de gente indo trabalhar. "Hoje não é meu dia mesmo...", pensei, mas lembrei do seu sorriso e sorri também. Desci lá na Raja com aquele bolo na mão, de blusa de frio no sol fervente e andei até sua casa, passei por aquele morro gigantesco pensando nos seus olhos e te mandei uma mensagem. Morri de medo de você não abrir, ouvi o estalo do portão se abrindo, subi as escadas, abri a porta e encontrei você descoberta, com aquele short azul de seda fininha que eu amava e uma blusa branca, toda encolhida e já dormindo. Deixei minhas coisas em cima da mesa e tirei minha blusa de frio e o tênis sem fazer barulho. Distribui os beijos mais delicados pelas suas costas, aproveitando para sentir o cheiro do seu cabelo preto. "Faz carinho nas minhas costas, amor...", você murmurou e eu suspirei, deitei-me ao seu lado, nos cobri e fiquei fazendo carinho por muito tempo, sem pensar em nada. Você dormiu e eu te abracei, fiquei lembrando do começo, quando eu achava que não te amava, porque nunca conseguia dormir junto de você, agora eu percebia que não dormia por te amar demais, e não querer perder nem um segundo, não queria dormir pra não correr o risco de perder você durante o sono. Fechei os olhos e fiquei brincando de seguir sua respiração, calma, tranquila, falei baixinho 'eu te amo tanto, tanto...' e acabei dormindo também.

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