sábado, 24 de dezembro de 2011

Desci do ônibus e sua mãe me esperava de braços abertos, ela me abraçou e segurou as lagrimas, disse com a voz embargada que estava tudo bem, é que era pra você estar descendo daquele ônibus, não eu. Segurei as lágrimas também.
Eu imaginava conhecer sua cidade, sua casa e seus amigos de outra forma. Outra ocasião, com outras emoções. Achei que dormiríamos juntas, falando e rindo baixinho pra sua mãe não nos ouvir, daríamos as mãos por debaixo da mesa pra ninguém perceber, trocaríamos sorrisos cúmplices o tempo todo, e eu diria 'eu te amo' o tempo todo. Sairíamos com seus amigos, você ficaria bêbada como sempre e eu mal humorada como sempre. Me contariam coisas engraçadas que aconteceram com você por lá, você ficaria com vergonha e eu iria rir, andaríamos abraçadas e você sentiria ciúmes, mesmo que sem motivo. Eu seria simpática com sua mãe e seu irmão e torceria pra eles gostarem de mim.
Na verdade, nem consigo imaginar como é que seria se você estivesse comigo nessa viagem, eu nem sei explicar o que é que sinto agora. Sei que cheguei lá, sua mãe gostou de mim, seu irmão também, a Amy dormiu comigo quase todos os dias, aquela cachorrinha linda, que tem a sua personalidade, aliás. Saí com seus amigos e eles me contaram coisas engraçadas sobre você, com aquele gostinho de saudade amargando o fundo da boca. Chorei quando entrei no seu quarto e vi colado na parede a frase 'never stop dreaming' e todas aquelas fotos, desejei profundamente ter te conhecido quando criança. Você não mudou nada, continuou linda, sabia?
Dormi na sua cama, e quase pude sentir você ali. Senti mais saudades do que nunca, mas não tive mais vontade de chorar. Não chorei mais nenhuma vez, desde o dia que entrei no seu quarto pela primeira vez. Eu senti que você ficaria bem, e eu ficaria bem também. Senti vontade de ser feliz de novo, de ser feliz por você e por mim. É estranho, mas acho que estou voltando a ter esperança, meu amor.

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