quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

just to know who I am

Às vezes acho que sou uma grande farsa. Um monstro, sabe? Não sei o que se passa dentro de mim, mais. Acho que vesti tantas máscaras e enganei tanto a mim mesma, que não consigo me encontrar de verdade, não sei mais quem sou eu.
Vezenquando sinto tanto sua falta que tenho vontade de morrer e acabar logo com isso, simplesmente te ver mais uma vez. Outras vezes sinto só culpa, culpa por estar feliz, por estar sorrindo e talvez até me apaixonando. Me sinto um monstro por rir e brincar, por pensar na minha vida sem você, me imaginar daqui 20 ou 30 anos. Sozinha, ou com alguém, não importa, eu não estaria com você. Às vezes sou mesmo um monstro, faço piadas mórbidas e me assusto comigo mesma, quando passa pela minha mente um 'ah, nunca nunca me amou de verdade, nem se importaria de eu estar vivendo'. E outras vezes é só um vazio, um tanto faz, um 'foda-se se eu morrer amanha, foda-se se o mundo acabar no domingo e quem é que liga se o mundo é um inferno, agora?'.
Eu tenho medo de ter me perdido para sempre. A quem eu quero enganar? Eu já me perdi. Nem sei mais quem eu sou. Nem sei qual é o meu sorriso de verdade e a minha gargalhada real. Nem sei se esse aperto no estomago sempre esteve aqui ou se eu já me acostumei com ele. Não me lembro de qual foi a ultima vez que não pensei em você. Não me lembro da última vez em que eu estive feliz.
Ontem me sentei no chão do meu quarto, com a aliança que você me deu, exatamente como estávamos naquele dia, e fiquei tentando lembrar de tudo que senti. Não me lembro. Nem sei se eu fiquei tão feliz quanto imagino, nem sei se eu gostava tanto assim de você, naquela época.
Hoje fazem 23 semanas desde que você morreu, e eu nem lembro de quão triste eu fiquei, nem sei se eu chorei tanto quanto me lembro. Nem mesmo sei dizer se eu estou mais ou menos feliz, hoje em dia. Nem sei o que eu sinto, nem sei quem sou. Acho que fazem 23 semanas que eu morri, e o que sobrou foi esse corpo estranho e feio, que nem sabe quem é, na realidade. E se eu nunca mais me encontrar, e se essa estranha ficar aqui pra sempre? Eu preciso de você pra me dizer quem eu sou.

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