domingo, 5 de fevereiro de 2012

after all

Ultimamente não tenho sabido muito bem o que te dizer. Às vezes acho que sequei de vez, e não sinto mais nada. Nem amor, nem dor, nem saudades, nem alegria, nem tristeza, nada. Tenho a impressão que que tudo sumiu de dentro de mim, você me entende? Como se eu já tivesse gasto toda a cota de sentimentos que eu tinha direito, e agora acabou. Mas eu achava que quando essa cota acabava, você morria; afinal, o que é que um corpo vazio de sentimentos faz ainda vivo? Então me restam duas opções: ou eu morri em vida, ou ainda existe sentimento aqui dentro.
Quando eu chego à conclusão de que ainda existe algo aqui, fica ainda mais difícil. Eu não vejo alegria nenhuma em estar viva, entende? E aí quase não consigo segurar as lágrimas. É que os sentimentos bons acabaram, e eu só consigo ver tristeza. E eu estou meio cansada disso, dessa tristeza, dessa infelicidade, desses sorrisos que eu nem sei se são meus, desses abraços que não preenchem o vazio dentro de mim, dessas vozes que não me arrepiam, desses amores que acabam e começam , dessas pessoas preocupadas demais com coisas que não me importam. Eu cansei, cansei. Todo dia deito e penso que amanha vai ser a mesma merda, a mesma saudade, o mesmo tédio, a mesma dor, as mesmas memórias. Todos os dias tento te dizer que te amo, pra ver se ainda é verdade. E sempre é. Eu não deixo de te amar nunca, não deixo de te querer e te precisar, mesmo não tendo e não podendo precisar, eu ainda te amo. Não entendo como é possível sentir falta de alguém que já se foi a tanto tempo. Não consigo entender como é que é eu ainda te amo, depois de tanto tempo, tanta dor, tantos acontecimentos. Não sei como é que ainda cabe amor dentro de mim.
No final das contas eu acabo percebendo que os sentimentos não acabaram, eu é que não sei usá-los mais. Tudo virou lixo pra mim, tudo virou nada, e minha vida está debaixo da terra, junto com todos esses sentimentos, toda essa alegria. E depois de tudo, virei uma das pessoas que mais temia ser: alguém que não vive, só... existe.

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