domingo, 25 de setembro de 2011

(sobre)viver

Odeio essa cidade. Odeio os lugares que frequento e todas essas pessoas que eu vejo. Procuro seu olhar em todos os olhares, seu sorriso em todas as conversas, seu calor e seu cheiro em cada abraço. E só percebo vazio. A cada minuto fico mais vazia. Vazia de emoções, de alegria. Tenho a sensação de estar oca, sem nada aqui dentro além do que é necessário pra sobreviver. Somente vísceras, órgãos e artérias. Sobrevida. Porque uma vida sem você deixou de ser vida. Saudade pra mim tem um significado diferente. Eu sei que você não vai voltar, não vou te ver amanha, mês que vem ou daqui um ano. Não vou ouvir sua risada nem ver seus olhos cheios de emoção. Essas pessoas não sabem o que é saudade, não sabem o que é dor e não acreditam na minha dor. Duvidam que esteja tão ruim assim. Bem, está tão ruim assim. E eu queria poder desistir e acabar logo com essa saudade infindável. Mas eu não posso, então eu fico aqui morrendo pedacinho por pedacinho, com minhas emoções sendo deglutidas, mastigadas, digeridas e evacuadas como se fossem um pedaço qualquer de merda, porque é isso que elas viraram. Sem você, o mundo inteiro é uma grande merda.

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